O ministro Lewandowski também já havia recebido, este mês, uma demanda feita pelo PT para que o ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro, seja também investigado.
Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), o jurista Ricardo Lewandowski foi sorteado para relatar o pedido de parlamentares do PT para a abertura de uma investigação contra os procuradores Deltan Dallagnol e Roberson Pozzobon. Lewandowski tem sido um crítico contumaz de excessos cometido no âmbito da Operação Lava Jato.
O ministro Lewandowski também já havia recebido, este mês, uma demanda feita pelo PT para que o ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro, seja também investigado. Na ação, distribuída na última sexta-feira, o PT pede que o inquérito apure se os procuradores teriam usado do prestígio obtido na Lava Jato para amealhar uma pequena fortuna, com a cobrança por palestras sobre o assunto.
Em um dos diálogos revelados pela agência norte-americana de notícias Intercept Brasil, Dallagnol sugere que a mulher participe, em palestras e eventos, para aumentar os lucros. “Vamos organizar congressos e eventos e lucrar, ok? É um bom jeito de aproveitar nosso networking e visibilidade’, escreveu o procurador na ocasião.
Investigados
Antes mesmo de o STF decidir se os investiga, ou não, a Corregedoria do Conselho Nacional do Ministério Público abriu, na semana passada, uma investigação para apurar supostas irregularidades em palestras e na tentativa de criação da empresa em nome de terceiros, conforme proposta de Dallagnol e Pozzobon.
No despacho de três páginas, o corregedor Orlando Rochadel Moreira fixa prazo de 10 dias para que Deltan e outros investigados apresentem explicações formais contra as suspeitas que pesam contra eles. O prazo se encerra nesta quinta-feira.
O corregedor do Conselho Nacional decidiu instaurar uma reclamação disciplinar a partir de uma representação do PT contra Dallagnol e Pozzobon. Os dois serão investigados por suposta violação de dever funcional.
Cônjuges
Ambos foram acusados, em recentes publicações da Intercept Brasil, de tentar criar uma empresa em nome das respectivas mulheres para promover cursos, palestras e ganhar dinheiro a partir da fama obtida por eles na Lava-Jato.
As mensagens vazadas, “revelariam que os citados Membros teriam se articulado para obter lucro mediante a realização de palestras pagas e obtidas com o uso de seus cargos públicos. Tais palestras teriam se dado em parceria com empresas privadas, com quem dividiram os valores”, diz Rochadel com base na representação formulada pelo PT.
Os dois procuradores teriam, ainda, tramado uma “articulação para criar empresa de fachada e simular sua efetiva participação em sociedade comercial, eis que ‘não apareceriam formalmente como sócios, para evitar questionamentos legais’, em conluio com suas respectivas cônjuges”.
Do CdB