As proteções falharam e o sistema elétrico de todo o país caiu. “Nunca aconteceu uma falha ou uma reação em cadeia como essa”, explicou o especialista Andrés Repar.
Gustavo Lopetegui, que veio ao governo para trabalhar como “os olhos e ouvidos do presidente”, permanecerá nos livros de história como o Secretário de Energia do dia em que o apagão elétrico afetou 50 milhões de sul-americanos.
Um apagão sem precedentes deixou todo o país e parte do Uruguai e do Brasil sem luz. “Nunca antes na Argentina uma linha falhou totalmente, causando uma reação em cadeia e as proteções não funcionaram”, disse Andres Repar, membro do Instituto Scalabrini Ortiz de Energia e do Observatório de Tarifas da Universidade Metropolitana de Educação e o trabalho.
A Repar, que é uma empresa de engenharia especializada em energia, explicou que “nenhuma tempestade, nenhuma chuva, nunca causou esse tipo blecaute”.
Ele disse que no jargão há várias palavras-chave. Uma expressão chave é “arco elétrico”. É um acidente. Um curto-circuito “Embora não seja provável que aconteça, um cabo pode ter encostado a outro, como o negativo e o positivo de uma bateria”, disse a Repar. “Um ramo de árvore também pode cair. Ou um pássaro que defecou em um isolante. Ou muita água onde não deveria estar. Ou névoa ácida “.
A Repar pediu para que haja uma investigação séria do caso, mas não tem dúvidas sobre seu diagnóstico: “A Redundância falhou”, disse ele. “Redundância” é outra palavra comum no jargão dos engenheiros. Alude à sequência de mecanismos de proteção que devem ser sobrepostos para que o pior inconveniente não se transforme em uma catástrofe como a que deixou toda a Argentina sem luz.
“Claramente, as proteções não agiram, e isso é responsabilidade da Transener e da Cammesa”, disse a Repar.
A Cammesa é a Companhia Administradora do Mercado Atacadista de Energia Elétrica. É composto por representantes do Estado e de empresas privadas de transporte de eletricidade, geração, distribuição e grandes usuários.
Fonte: Jornal Página 12