Jair Bolsonaro cancelou visita marcada à Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, nesta quarta-feira (27). O motivo da desistência seria a “recepção” dos estudantes à comitiva presidencial.
Logo pela manhã, mais de mil estudantes realizaram uma manifestação em repúdio à presença do presidente, pelas ruas do campus da instituição.
De acordo com o portal BR18, após tomarem conhecimento sobre a quantidade de pessoas no protesto, o setor de inteligência da Presidência aconselhou Bolsonaro a suspender a visita.
O protesto dos estudantes abordou críticas à ditadura militar de 1964, lembrando que na última semana, Bolsonaro orientou que quartéis das Forças Armadas comemorassem a “data histórica” do aniversário do dia 31 de março de 1964, quando um golpe militar derrubou o governo João Goulart e iniciou um regime ditatorial que durou 21 anos, onde pessoas foram presas, torturadas e assassinadas.
Em vídeos publicados nas redes sociais, alunos chamam Bolsonaro de “fascistinha” e gritam “ditadura nunca mais”. Segundo a União Nacional dos Estudantes (UNE), a entidade organizou o ato “Sou Mackenzista e não comemoro o golpe de 64!” para recepcionar Bolsonaro na universidade.
Após a confirmação de que o presidente teria cancelado a visita, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) do Mackenzie divulgou uma nota comentando o episódio. “Encaramos como uma vitória do movimento estudantil a desistência do Presidente que, por medo, cancelou o compromisso”, diz a nota. Ainda segundo o DCE, outro ato acontece durante a tarde, e outro está marcado para às 18h.
O Ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, também iria acompanhar o presidente na visita. Eles iriam ao Mackenzie conhecer o “Mackgraphe”, um centro de pesquisas sobre grafeno.
Do Hora do Povo