Agora que Lula foi preso e provavelmente assim ficará até que passe as eleições, novos atores, políticos oportunistas se açulam e corre contra o tempo para viabilizarem suas campanhas.
As porteiras estão abertas, os medíocres estão às soltas e até o Joaquim Barbosa sonha com a cadeira presidencial por um partido que de socialista só tem no nome, pois este partido apoiou o golpe contra a presidenta Dilma Roussef. E com isso tem sua parcela de culpa na instabilidade política que estamos passando.
A entrega voluntária de Lula mostra que ele obedeceu as imposições da lei. Mas sabemos que a Justiça nunca foi um poder democrático. Eis algumas das ilegalidades do STF:
O STF em 1942 autorizou contra a lei a deportação de Olga Benário Prestes grávida para a Alemanha nazista. Em 1964 silenciou perante o golpe militar. Em 2016 novamente com a conivência do STF ouve novamente o golpe, desta vez na forma do impeachment.
As injustiças são produzidas diariamente, e milhares de pessoas pobres são presas injustamente, por diversas acusações infundadas. Direito é um artigo de luxo em um país tão injusto.
Sei que muitos militantes de esquerda estão decepcionados e esperavam uma maior resistência, seja como a chamada desobediência civil contra a prisão de Lula, ou mesmo até as últimas consequências.
Nós revolucionários sabemos por experiência própria que a vida é curta como sopro de vento, ou um voo da efemérida. Por isso não teme lutar até as últimas consequências por uma ideia, por uma bandeira. Não que um revolucionário seja um temerário que não dá valor a vida. Não, pelo contrário!
É por dar valor a vida, pelo que é justo e belo, é que não teme e não foge a luta! Para o nascimento da borboleta é preciso da morte da lagarta.
Leônidas o rei dos espartanos, ciente da traição e ao ver que não tinha saída e muito menos sequer cogitou a se entregar a Xerxes I, disse aos seus companheiros: “Espartanos! Preparem o café da manhã e comam bastante, pois essa noite estaremos juntos a mesa e jantaremos com Hades (o senhor do mundo dos mortos)”.
Para o nascimento de uma sociedade mais justa é preciso da morte das velhas estruturas oligárquicas, e com todas as consequências das dores do parto.
Hoje, os sinos dobram à aqueles que regozijam pela prisão de Lula, é preciso lembrar que muitos deles possuem em suas veias o DNA dos índios que foram massacrados, dos negros que foram escravizados, e porque não dos imigrantes que foram enganados com falsas promessas e acabaram contraindo dívidas imensas nos armazéns das fazendas de café. Esqueceram-se das suas origens e de suas ancestralidades.
Os sinos dobram para essas pessoas que se acham diferentes porque andam com um tenizinho e “desfilam” com um celular de marca feito em um país asiático, que passou em um concursozinho para utilizar das benesses do estado. Mas não passam de quinta-coluna que usam camisetas verdes amarela na copa, mas batem continência para EUA.