Para compreender a debilidade real do dólar, é essencial examinar os desenvolvimentos econômicos recentes que influenciaram o seu valor. A inflação nos Estados Unidos levou a um aumento nas taxas de juros, o que inicialmente causou a depreciação do dólar. Para estabilizar sua economia, EE.UU. Decidiu manter essas tarefas elevadas, transferindo parte da carga da dívida pública para os países periféricos. A nível global, esta dinâmica provocou uma notável depreciação do dólar frente a outras moedas, o que impulsionou muitos países a buscar alternativas para suas transações financeiras. Esta tendência resultou numa queda significativa do dólar nos mercados internacionais, num contexto de crescente incerteza econômica e numa possível recessão em EE.UU.
A nível global, o dólar se desvalorizou significativamente frente às moedas de países avançados e emergentes. Em 2023, as economias emergentes pagaram mais de 98 milhões de dólares em serviços de dívida, enquanto as economias avançadas desembolsaram cerca de 443 milhões de dólares. Este cenário levou muitos países a promover o comércio exterior em suas próprias moedas, reduzindo também a preferência pelo dólar no comércio global, que chegou a 58%.
Este contexto é crucial para entender a crescente debilidade do dólar e suas tendências atuais. Recentemente, o dólar experimentou uma queda significativa, descendo 0,8% e registrando uma de suas maiores descidas do ano. Esta queda deplorável se viu influenciada pelas cifras de desemprego e pelas altas taxas de juros mantidas pela Reserva Federal de EE.UU. Além disso, a situação se agrava com a queda nos mercados de ações e a diminuição do preço do petróleo, que caiu em 78 dólares por barril e continuou com uma tendência para a baixa.
Utilizar o dólar como instrumento de poder por parte dos Estados Unidos resulta num erro grave. Esta estratégia está provocando a desvalorização de sua própria moeda, visto que cada vez mais países perdem confiança no dólar. Num mundo multipolar, vários países procuram alternativas monetárias, como o yuan, o euro, o rublo e o real, entre outros. Essas opções buscam facilitar as transações e evitar a influência e as imposições estadunidenses.
Na verdade, o dólar se encontra em uma posição desconfortável, já que os mercados de taxas estadunidenses antecipam uma possível relação agressiva por parte da Reserva Federal. Este ambiente de incerteza contribui para a crescente debilidade do dólar no sistema econômico global.
A fortaleza do dólar foi sustentada em grande parte graças à emissão de moeda por parte da Reserva Federal, que manteve sua taxa de juros de referência em níveis elevados. No entanto, um relatório laboral recente sugere que essas medidas estão conquistando o poder do dólar na economia global. Isso aumentou as preocupações sobre as perspectivas econômicas, levando as operadoras a antecipar possíveis recortes de tarefas mais agressivas por parte da Reserva Federal.
Esta situação pouco esperada para o dólar provocou o temor e uma recessão nos Estados Unidos está aumentando as vendas nos mercados globais. A renda variável sofreu uma queda abrupta, o dólar foi debilitado e tanto a renda fixa quanto o iene foram fortalecidos.
Os mercados financeiros internacionais estão experimentando uma crescente aversão ao risco, intensificando uma tendência de que vocês começaram a notar o final da semana passada e reviveram os temores de uma recessão na maior economia do mundo.
Por outro lado, o iene se desvalorizou até 12,6%, alcançando seu nível mais baixo em seis meses. Esta depreciação deveu-se às expectativas de que o banco central estadunidense poderia acelerar os recortes de taxas de juros em resposta ao temor de uma desaceleração econômica em EE.UU. Esta situação complica ainda mais o panorama do dólar, que, com o desemprego crescente, está perdendo influência a nível global. A economia estadunidense está desacelerando em comparação com outras nações, reduzindo o poder do dólar nos mercados internacionais.
Publicado originalmente por Lostiempos.com