Moraes dá xeque-mate em chicana jurídica de Bolsonaro e Valdemar Costa Neto

Bozo
Reprodução

Há três semanas, inconformado com a derrota que ele não esperava, Bolsonaro deixou de vez de governar o país, trancou-se no Palácio da Alvorada e passou a procurar um jeito de melar a eleição, enquanto seus seguidores bloqueavam estradas e rezavam ajoelhados diante de quarteis para pedir intervenção militar e impedir a posse do presidente eleito Lula.

Na noite desta terça-feira, o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, precisou de apenas alguns minutos, para dar um xeque-mate na delirante representação do PL de Valdemar Costa Neto em que, sem nenhuma prova, simplesmente declarava a vitória de Bolsonaro com 51,05% dos votos no segundo turno das eleições. Como assim?

De onde tiraram isso? Com base no relatório produzido por um certo Instituto do Voto Legal (IVL), que encontrou “desconformidades irreparáveis de mau funcionamento” das urnas eletrônicas, Bolsonaro & Valdemar pediram a anulação dos votos de 279 mil urnas, o suficiente para inverter o resultado da eleição.

Enquanto Valdemar ainda lia, com certa dificuldade, o relatório apresentado à imprensa, em cinco linhas Alexandre de Moraes determinou que, em 24 horas, o PL inclua na ação o questionamento do resultado do primeiro turno das eleições, em que o partido elegeu a maior bancada da Câmara, com 99 deputados, além de 14 senadores e governadores.

Assim, Moraes matou no nascedouro mais uma tentativa golpista da conspiração palaciana, já que as mesmas urnas foram empregadas no primeiro e no segundo turnos. Se serviram para eleger parlamentares e governadores do PL, por que as mesmas urnas, já empregadas também na vitória de Bolsonaro em 2018, não prestariam mais para eleger Lula no segundo turno da eleição de 2022?

Com a maior cara de pau, sem acreditar no que falava, o inacreditável Valdemar alegou que os modelos antigos das urnas, anteriores a 2020, têm todas o mesmo número de patrimônio.

E daí? Isso, segundo ele, impediria a fiscalização das urnas que foram validadas por auditorias das Forças Armadas e do Tribunal de Contas da União, além de diversos organismos internacionais.

Durante toda a campanha pela reeleição, Bolsonaro colocou em dúvida a segurança do sistema eleitoral, atiçando seus seguidores a reagir em caso de derrota, o que para ele só seria possível se a eleição fosse fraudada, antes mesmo da abertura das urnas.

Os devotos reagiram, como ele esperava, e continuam bloqueando estradas e quarteis até agora, numa inédita escalada de violência pós-eleitoral. Antes do vexame protagonizado por Valdemar, generais e aliados fiéis do ainda presidente reuniram-se com ele no Alvorada pela manhã para convencê-lo a deixar seu autoexílio no Alvorada e voltar a trabalhar, porque seu sumiço já estava pegando mal.

Nunca se viu nada parecido na nossa República de tantos golpes militares, desde a Proclamação, em que presidentes foram levados ao suicídio, ao impeachment ou à renúncia, mas ainda não se tinha chegado ao ponto de apresentar um relatório fajuto para inverter no grito o resultado de uma eleição – nem em eleição de síndico na Barra da Tijuca, em que Bolsonaro, aliás, já foi derrotado.

Fonte: Novojornal

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