A direita liberal e a ruína do Brasil

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Osso é vendido em açougue em Santa Catarina em vez de ser dado a população faminta

Por Bepe Damasco, em seu blog:

1) Com forte apoio da mídia comercial, a dita “direita republicana” defende a atual política de preços da Petrobras, ignorando o papel da maior empresa brasileira para o desenvolvimento econômico e social do país. Ao atrelar os preços somente ao dólar e à variação internacional da cotação do barril do petróleo, a Petrobras faz a festa dos acionistas, com a distribuição de dividendos bilionários, enquanto penaliza os brasileiros com os preços exorbitantes do gás de cozinha e da gasolina. Sem falar na carestia generalizada provocada pela alta dos combustíveis em toda a cadeia produtiva, gerando pressão inflacionária.

2) “O agro é pop, o agro é isso, é aquilo, é tudo de bom.” Esse mantra é repetido por todos os seguidores do liberalismo econômico, prontos a enaltecer os resultados positivos que o setor traz para a formação do PIB nacional. Mas escondem que o agronegócio envenena água e plantações e destrói o meio ambiente, devastando florestas. Sua obsessão exportadora faz com que grande parte da produção abasteça outros países, o que sobe os preços no mercado interno, disseminando a fome no Brasil. O resultado é uma verdadeira tragédia social e humanitária: na fila da xepa dos ossos em supermercados, 19 milhões de brasileiros passam fome e mais de 100 milhões encontram-se em situação de insegurança alimentar.

3) Paulo Guedes, o pior e mais despreparado ministro da Economia de todos os tempos, conta com forte apoio da “direita moderada”, para seu projeto de liquidar o patrimônio público e roubar direitos do povo. A blindagem generosa de que desfruta na imprensa não foi abalada nem agora quando o país tomou conhecimento que o “Posto Ipiranga” de Bolsonaro possui offshore em paraíso fiscal, para sonegar impostos e lavar dinheiro. O valor milionário de sua conta vem sendo turbinado na sua gestão pela alta recorde do dólar, impulsionada justamente por decisões de política cambial tomadas por ele próprio.

4) O impeachment de Bolsonaro não anda porque a direita liberal não quer. Com dois anos e dez meses de mandato e dezenas de crimes comuns, de responsabilidade, contra a democracia, a saúde pública, e até contra a humanidade, cometidos, Bolsonaro se beneficia de uma impunidade que desmoraliza a República e suas instituições. Agente sem escrúpulos desse establishment, o presidente da Câmara dos Deputados , Arthur Lira, senta em cima de 132 pedidos de impeachment.

5) A reforma da previdência, alardeada como uma panaceia para as contas do país, não aliviou em nada a dívida pública. Tampouco proporcionou à União mais dinheiro para investir em saúde, educação, segurança pública e infraestrutura. Era tudo conversa fiada, promessa mentirosa para arrancar o couro dos trabalhadores, condenando muitos deles a morrer trabalhando sem direito à aposentadoria. Na realidade, essa reforma atendeu apenas aos credores da dívida pública que, empanturrados de papeis do governo, temem um calote.

6) Gerar de imediato 2 milhões de empregos e criar um ambiente favorável à atração do capital produtivo. Assim foi vendido o peixe da reforma trabalhista, que extinguiu ou mutilou mais de 200 artigos da CLT, o que nem a ditadura militar ousou. Cinco anos depois o resultado é uma tragédia sob todos os pontos de vista: quase 14 milhões desempregados e 40 milhões de desalentados e precarizados.

7) Em nome do “compromisso com a responsabilidade fiscal”, a emenda do teto de gastos alcançou unanimidade entre os liberais. Que se dane se o congelamento do investimento em saúde e educação púbicas deteriore ainda mais as condições de vida do povo, agravadas pelo estrago causado pela pandemia do novo coronavírus, que pegou o SUS depauperado e subfinanciado como nunca. Não fosse o heroísmo dos profissionais de saúde e a tragédia teria sido ainda pior.

8) A caçada judicial-midiática sem tréguas a Lula, que culminou com 580 dias de sua prisão ilegal, obteve aplausos delirantes da direita e da extrema-direita. Depois de quatro derrotas consecutivas, os conservadores partiram para o vale-tudo contra o maior líder popular do país, abrindo caminho para a eleição de uma nazifascista para a presidência da República.

9) A mudança do modelo de exploração do petróleo fragilizou sobremaneira a Petrobras, escancarando as riquezas do pré-sal às petroleiras estrangeiras. De quebra, os liberais atiraram na lata do lixo o fundo soberano criado nos governos petistas, e a ser abastecido com recursos provenientes do pré-sal. O fundo, chamado por Lula de “passaporte para o futuro do povo brasileiro”, teria verbas carimbadas para a saúde, educação, cultura e ciência e tecnologia.

10) Apearam brutalmente do governo a presidenta Dilma Rousseff, uma mandatária reconhecidamente honrada. Violando a Constituição, que não permite impeachment sem crime – possibilidade prevista apenas nos regimes parlamentaristas – consumaram o golpe em uma sessão da Câmara que contou até com votos de louvor a torturadores.

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