Com seu trabalho Eduardo Galeano demonstrou seu compromisso com a realidade dos povos latino-americanos.
Em 3 de setembro de 1940, nasceu em Montevidéu o escritor e jornalista uruguaio Eduardo Galeano, considerado uma das mais influentes mentes críticas de esquerda na América Latina.
Em suas obras, Galeano demonstra seu compromisso com a realidade dos povos latino-americanos e investiga as raízes e os mecanismos político-sociais da América Latina.
Eduardo Galeano tinha mais de um nome. Teve três. Eduardo (aquele que o acompanhou por toda a vida e o dedicou à escrita e à humildade), e os demais, Germán e María, dos quais não guardou, nem mesmo para citar seus livros.
Conheça algumas curiosidades não tão difundidas desse autor transcendental da estética literária e das transformações cotidianas, nessa combinação que tanto falta na arte e na política.
1 Começou no jornalismo aos quatorze anos, no semanário socialista El Sol, no qual publicou desenhos e caricaturas políticas e assinou como Gius.
2 Em 1973 exilou-se na Argentina, onde fundou a revista Crisis, e em 1976 continuou seu exílio na Espanha.
3 Seu trabalho foi traduzido para mais de vinte idiomas.
4 Apaixonado por futebol. Escreveu diversos artigos, como Futebol ao Sol e Sombra, e preferiu o Boca Juniors, um dos clubes mais emblemáticos da Argentina. Cerrado por futbol, é um livro que reúne a maior parte dos textos de Galeano sobre o assunto.
5 Com apenas 31 anos, ele escreveu The Open Veins of Latin America (As veias abertas da América Latina).
6 Ele fundou e dirigiu sua própria editora El Chanchito.
Segundo a Real Academia da Língua Espanhola, em algumas regiões, Chanchito significa “cofrinho em forma de porco”.
7 Em duas ocasiões, Galeano ganhou o Prêmio Casa de las Américas (em 1975 e 1978) concedido pela instituição cultural de mesmo nome em Cuba.
Compartilhamos alguns fragmentos de textos de Eduardo Galeano para que neste dia 3 de setembro, dia de seu nascimento, você o tenha mais perto.
O corpo
A Igreja diz: O corpo é uma falha.
A ciência diz: o corpo é uma máquina.
A publicidade diz: o corpo é um negócio.
O corpo diz: eu sou uma festa.
A uva e o vinho
Um homem das vinhas falou, em agonia, ao ouvido de Marcela. Antes de morrer, ele revelou um segredo para ela: “Uvas”, ele sussurrou, “são feitas de vinho.”
Marcela Pérez-Silva falou-me sobre isso e pensei: se a uva é feita de vinho, talvez sejamos as palavras que dizem o que somos.
Arte para crianças
“Ela estava sentada em uma cadeira alta, diante de uma tigela de sopa que estava até o nível dos olhos. Seu nariz estava enrugado, seus dentes cerrados, seus braços cruzados. A mãe pediu ajuda:
– Conte uma história para ele, Onélio, ele pediu -. Diga a ele, você que é um escritor.
E Onélio Jorge Cardoso, brandindo uma colher de sopa, começou sua história:
– Era uma vez uma gravata borboleta que não queria comer. A gravata borboleta tinha o bico pequeno fechado, fechado, e a mãe dizia para ele: “Você vai ser anão, gravata borboleta, se não comer a comida.” Mas a gravata borboleta não ligou para a mãe e não abriu o bico …
E então a garota o interrompeu:
“Que gravata borboleta de merda”, disse ela.
Fonte: teleSUR