Megaeleições mostraram que o Chile mudou

eleições
(Imagem: REUTERS/Pablo Sanhueza)

As megaeleições realizadas neste fim de semana parecem ter mostrado que o Chile de fato mudou, como expressaram muitos cidadãos durante a revolta popular que eclodiu em outubro de 2019.

As urnas deram uma clara preferência às forças de mudança lideradas pela esquerda e pelos independentes, enquanto a coalizão de direita e os partidos de oposição de tendência social-democrata foram os grandes perdedores.

Por volta das 23 horas, horário local, mesmo antes dos resultados finais serem conhecidos, o presidente Sebastián Piñera disse em um discurso do palácio La Moneda que ‘não estamos em sintonia com os cidadãos e estamos sendo questionados’.

O presidente admitiu assim a estrondosa derrota do partido governista e dos partidos tradicionais na eleição dos eleitores, governadores, prefeitos e vereadores.

Ressaltou que ‘os cidadãos enviaram uma mensagem clara e forte ao governo e também a todas as forças políticas tradicionais’, optando por novas lideranças, e expressou que ‘é nosso dever ouvir com humildade e atenção a mensagem do povo’.

Na importante eleição dos constituintes, a direita, que concorreu com uma única chapa, ficou muito aquém de ganhar um terço dos 155 assentos da Convenção Constitucional, como as previsões pré-eleitorais indicavam.

Este resultado abre a possibilidade de que a nova Constituição seja capaz de refletir as mudanças exigidas por milhões de chilenos nas ruas.

Mas outros resultados aos quais os analistas estiveram atentos também marcam transformações substanciais no panorama político do país.

Assim, a região de Valparaíso, a segunda mais importante do país, tornou-se um baluarte da esquerda quando Rodrigo Mundaca, um líder social de destaque, foi eleito governador por uma ampla margem.

Nessa região, Jorge Charp também foi reeleito prefeito de Valparaíso, enquanto em Villa del Mar, um tradicional domínio de direita, Makarena Rivamonti, ambos da Frente Ampla, ganhou o cargo de prefeito.

Na capital, como esperado, Damiel Jadue foi reeleito prefeito da Recoleta com mais de 64% dos votos, o que os analistas acreditam constituir um sólido endosso como candidato presidencial do Partido Comunista.

Da mesma forma, na Região Metropolitana, o governo será contestado no segundo turno por Claudio Orrego, dos democratas cristãos, e Karina Oliva, apoiada pelos comunistas e pela Frente Ampla, deslocando a direita.

Além disso, os grandes vencedores em muitos cargos foram os candidatos independentes, a quem os analistas políticos deram muito poucas chances e, em vez disso, receberam um endosso retumbante da população.

Fonte: Prensa Latina

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