Posse de Decotelli é adiada após descoberta de nova fraude

A posse do novo ministro da Educação do governo de Jair Bolsonaro, Carlos Alberto Decotelli da Silva, marcada para esta terça-feira foi adiada

fraude
Mentiras em série faz MEC adiar a posse

A posse do novo ministro da Educação do governo de Jair Bolsonaro, Carlos Alberto Decotelli da Silva, marcada para esta terça-feira foi adiada. Não há ainda nova data.

As revelações de que Decotelli fraudou seu currículo, com doutorado (na Argentina) e pós-doutorados (na Alemanha) inexistentes é o motivo do adiamento.

Universidade de Wüppertal, na Alemanha, revelou nesta segunda-feira que Decotelli, não estudou por dois anos na instituição, como divulgado pelo Ministério da Educação (MEC) e segundo consta no Lattes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

A instituição alemã esclareceu ao portal conservador que o ministro conduziu pesquisas na universidade por um período de três meses em 2016, mas sem concluir qualquer programa de pós-doutoramento.

Já o reitor da Universidade Nacional de Rosário, na Argentina, Franco Bartolacci, negou no Twitter na última sexta-feira que o novo ministro da Educação do Brasil, Carlos Alberto Decotelli da Silva, tenha doutorado na instituição.

Plágio

A FGV (Fundação Getúlio Vargas) informou que vai apurar as suspeitas de plágio na dissertação de mestrado do novo ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli.

A instituição anunciou no domingo, através de nota, que está localizando o orientador da monografia para obter informações sobre o assunto.

O Ministério da Educação disse, em comunicado, que “o ministro refuta as alegações de dolo, informa que o trabalho foi aprovado pela instituição de ensino e que procurou creditar todos os pesquisadores e autores que serviram de referência”.

Na nota do MEC, o Decotelli afirma que, “caso tenha cometido quaisquer omissões, estas se deveram a falhas técnicas ou metodológicas” e se dispõe a revisar seu trabalho para providenciar as devidas correções “caso sejam identificadas omissões”. O ministro informa que revisará o trabalho “por respeito ao direito intelectual dos autores e pesquisadores citados”.

A suspeita surgiu neste sábado, um dia após o reitor de uma universidade argentina negar que Decotelli tenha título de doutor da instituição, como sustentava, já que a tese de doutorado foi reprovada.

O novo ministro nomeado semana passada pelo presidente Jair Bolsonaro é acusado de copiar outras obras sem dar os créditos devidos, ao escrever sua dissertação de mestrado, defendida em 2008 na FGV.

Indícios de plágio foram encontrados pelo professor universitário Thomas Conti, do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), que afirma que a dissertação de Decotelli contém passagens inteiras de um relatório administrativo do Banrisul na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), sem qualquer tipo de citação ou referência bibliográfica.

Conti divulgou o achado em sua conta no Twitter, onde publicou trechos comparando a dissertação e o relatório da CVM.

Trechos idênticos a outras dissertações de mestrado e textos acadêmicos foram descobertos na dissertação de mestrado de Decotelli também pelo portal UOL. As passagens em questão, segundo a colunista do portal Constanza Rezende, não estão entre aspas, algo obrigatório em trabalhos acadêmicos no caso de citações. Também não há referência imediata aos autores dos textos originais, que só são citados na bibliografia, ao final do trabalho da monografia.

“Falta de verba impediu conclusão de doutorado”

Na mesma nota sobre as acusações de plágio, o ministro confirma que não defendeu tese de doutorado na Universidade de Rosário, na Argentina. Ele diz que não teve a defesa autorizada e decidiu não submeter a versão corrigida para nova avaliação da banca devido a compromissos no Brasil e pela falta de recursos financeiros para se manter fora do país.

Na última sexta-feira, Decotelli alterou seu currículo disponível da plataforma Lattes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), após o reitor da Universidade Nacional de Rosário, na Argentina, Franco Bartolacci, revelar que o ministro não tem título de doutor, já que a tese dele não foi aprovada.

O currículo trazia originalmente a informação de que ele tem doutorado na universidade argentina, concluído em 2009 com a tese Gestão de Riscos na Modelagem dos Preços da Soja, sob orientação de Antonio de Araujo Freitas Jr. Nesta sexta, o título da tese e o nome do orientador foram apagados. O campo “título” foi preenchido com “créditos concluídos”. No espaço “orientador”, passou a constar: “sem defesa de tese”.

Fonte: CdB

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