EUA deslocam força naval para perto da Venezuela

Segundo o chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza, as acusações norte-americanas demonstram “o desespero da elite supremacista de Washington”. “A política de troca de governo pela força na Venezuela está destinada ao fracasso

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Reprodução

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nessa quarta-feira (01/04) que navios da Marinha estão sendo transferidos para perto da Venezuela como medida de intensificação das operações antidrogas no Caribe, após acusações de narcotráfico contra o presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

O anúncio surgiu no início da coletiva de imprensa da Casa Branca, cujo tema principal foi a pandemia de coronavírus, que obrigou grande parte dos EUA a ficar em autoisolamento e que, de acordo com o governo, poderá causar entre 100 mil e 240 mil mortes.

A mobilização da Marinha dos EUA tem como objetivo aumentar a pressão sobre Maduro e aliados. Segundo a agência Reuters, no entanto, não se trata de uma preparação de uma ação militar de Washington contra a Venezuela, como informou uma fonte familiarizada com a situação.

O ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, acusou os EUA de estarem tentando “mudar de assunto” em meio à pandemia de coronavírus.

“O governo da República Bolivariana da Venezuela repudia energicamente as declarações feitas por Donald Turmp, seu secretário de Defesa, seu procurador-geral e outros funcionários de sua equipe de segurança, os quais, em uma tentativa desesperada de desviar a atenção da trágica crise humanitária que experimenta esse país como consequência do manejo errático do covid-19 pelas autoridades, pretendem agredir a Venezuela com infâmias e ameaças”, diz a nota da chancelaria venezuelana.

Mobilização

Embora Trump tenha insistido que todas as opções estão na mesa contra Maduro, oficiais dos EUA deixaram claro que estão pouco interessados em uso da força militar, por poder envolver Washington em outro conflito estrangeiro.

O plano de mobilização de navios envolve o Comando Sul dos EUA, que deve enviar navios da Marinha para perto da Venezuela. No entanto, não se sabe quão perto os navios ficariam da costa venezuelana, informam fontes da Reuters.

A mobilização é uma das maiores operações militares dos EUA na região desde a invasão do Panamá, em 1989, para derrubar do poder o general Manuel Noriega, levando-o para os Estados Unidos a fim de ser julgado sob acusações de narcotráfico, aponta a Associated Press.

A operação envolve navios de guerra da Marinha, aeronaves de vigilância com Sistema Aéreo de Alerta e Controle (AWACS, na sigla em inglês) e forças especiais terrestres.

Na quinta-feira (26/03), o procurador-geral dos Estados Unidos, William Barr, lançou acusações contra Maduro e vários altos funcionários venezuelanos, alegando que estariam envolvidos em narcotráfico.

Segundo o chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza, as acusações norte-americanas demonstram “o desespero da elite supremacista de Washington”. “A política de troca de governo pela força na Venezuela está destinada ao fracasso. Oferecer recompensas ao estilo de vaqueiros racistas do velho oeste demonstra o desespero da elite supremacistas de Washington e sua obsessão contra a Venezuela para alcançar sucesso eleitoral no estado da Florida”, disse, em nota oficial emitida pela chancelaria.

Fonte: BdF

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