MOSCOU, 10 de setembro (Itar-Tass) – RIA Novosti, Maxim Rubchenko. Secas, inundações, tornados, incêndios florestais – na semana passada, o Ministério de Recursos Naturais e Ecologia apresentou pela primeira vez uma previsão das possíveis conseqüências do aquecimento global para a Rússia. Quantas avaliações de especialistas nacionais são consistentes com as previsões de colegas estrangeiros e quais desastres naturais mais ameaçam as pessoas.
Secas e inundações
Na Rússia, o aquecimento é mais rápido que a média do planeta: a temperatura média anual de 1976 a 2017 aumentou 0,45 graus a cada década, segundo o relatório. No mundo, este indicador é muito menor – 0,18 graus.
Em outras palavras, mesmo antes do final do século atual no Hemisfério Norte, pode aquecer de três a quatro graus. À primeira vista, um pouco. No entanto, cientistas em todo o mundo consideram esta mudança de temperatura como catastrófica.
A consequência óbvia do aquecimento é a seca. De acordo com o Ministério de Recursos Naturais, em muitas regiões da Rússia isso levará a uma “destruição parcial (às vezes quase completa) das safras”.
As secas terão um impacto negativo no “sabor e qualidade” dos produtos agrícolas e de frutas e bagas.
Tornará mais extensas as inundações de primavera – em particular, no Extremo Oriente e na região de Krasnodar.
A maioria das regiões da Rússia sofrerá de constantes incêndios florestais.
Clima assassino
Como consequência dos desastres climáticos, todos os anos cerca de três mil europeus morrem. Até 2040, este indicador aumentará dez vezes – uma média de 32.500, em 2070 – 30 vezes, para 103.300 por ano.
Até o final do século, 152.000 pessoa morrerão de desastres naturais, 50 vezes mais do que hoje.
“No final do século 21, cerca de um terço da população do norte da Europa e quase todos os moradores de sua parte sul estarão expostos a riscos relacionados ao clima todos os anos”, observa o estudo.
O principal assassino nas próximas décadas será o calor. Atualmente na Europa, uma média de 2.700 mortes são registradas a cada ano, associadas a altas temperaturas.
Segundo os especialistas, esse número crescerá exponencialmente e até o final do século aumentará em 5.400% – uma média de 151.500 mortes por ano.
A segunda maior ameaça é a inundação: no final do século, haverá 233 vítimas por ano contra seis casos no presente (um aumento de 3780%). A maior parte afetará a Eslovênia, a Irlanda, a Noruega, Portugal e o Reino Unido.
Os incêndios florestais ocasionará uma média de 57 vidas por ano (de 15 a 136 mortes por ano) – 138% a mais do que atualmente.
O aquecimento global tem conseqüências menos óbvias. Em particular, um grupo de pesquisadores americanos publicou recentemente um artigo na revista Science, que dá novo enfoque sobre as mudanças climáticas.
Cientistas de Washington, e a Universidade de Stanford afirmam que se o aumento da temperatura média da Terra for de apenas dois graus fará com que os insectos destrua até 50% mais de trigo, 30% – de milho e 20% – de arroz.
“O aquecimento aumenta o número de insetos e aumenta seu voracidade”, explicam os autores.
Ao mesmo tempo, as regiões com clima temperado sofrerão mais. Na Europa, projeta-se um aumento nas perdas de pragas em 75% ou mais. Na Rússia, que é um grande produtor de trigo, as perdas aumentarão de dez a dezesseis por cento.
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